quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Perigo No Litoral do Paraná

UOL Notícias

23.01.2012 - 15h59


Surto de águas-vivas leva bombeiros a interditar praia em Guaratuba (PR)

Rafael Moro Martins

Do UOL, em Curitiba


Um surto de queimaduras provocadas por águas-vivas levou os bombeiros do Paraná a interditar um trecho de 300 metros de praia e cancelar uma prova de natação em Guaratuba (143 quilômetros de Curitiba).


FOTO: Divulgação/Governo do Paraná














Um surto de água vivas obrigou os bombeiros a interditar um trecho da praia em Guaratuba, no Paraná. No último fim de semana, mais de 3.600 casos foram registrados em todo o litoral paranaense.




O que fazer em caso de acidente

O contato com a água-viva causa dor imediata e forte, com sensação de ardência.

Pessoas mais sensíveis ou alérgicas podem ter náuseas, vômitos ou dificuldade para respirar.

Em caso de acidente com água-viva, o banhista deve sair da água imediatamente e procurar um posto de salva-vidas para aplicar vinagre sobre as queimaduras. Caso não haja postos por perto, é possível lavar o local com água do mar.

Nunca se deve usar água doce, que libera mais toxinas, aumentando a queimadura. Evite esfregar o ferimento com a mão ou um pano, o que pode estourar cápsulas que tenham ficado na pele, piorando o quadro.

O Centro de Controle de Envenenamentos do Paraná atende no telefone 0800 410148.




Apenas no último fim de semana, mais de 3.600 casos foram registrados em todo o litoral paranaense - quase a metade dos 6.500 acidentes informados desde 16 de dezembro, quando começou a temporada de verão.

“Foi absurdo o aumento nos casos nesses últimos dias. Só no domingo, foram mais de 2.000 registros”, afirmou o tenente Ezequiel Roberto Siqueira, porta-voz dos bombeiros no litoral.

A maioria dos acidentes acontece nas praias mais movimentadas - a Praia Central, em Guaratuba, e a de Caiobá, em Matinhos. Mas há registros de acidentes em todo o litoral paranaense.

No domingo, os bombeiros decidiram interditar para banho um trecho de 300 metros da Praia Central de Guaratuba, onde os salva-vidas do posto Vila Real já haviam registrado 65 casos de queimaduras. “O número não foi maior justamente por causa da interdição”, disse Siqueira.

A praia foi reaberta nesta segunda-feira, e até o início da tarde não havia outros trechos interditados. “Como muitos veranistas deixaram o litoral nas últimas horas, o número de acidentes deve ser menor nos próximos dias”, prevê o oficial.

Uma prova de natação na baía de Guaratuba, marcada para o domingo (22), foi cancelada a pedido dos bombeiros. “Era muito arriscado colocar os atletas na água com o surto de acidentes com águas-vivas”, declarou Siqueira.

A organização da prova informou que irá remarcá-la assim que tiver autorização dos bombeiros.

Apesar do elevado número de casos, só duas pessoas tiveram reações alérgicas às queimaduras e precisaram ser levadas ao Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Matinhos.

A Secretaria Estadual da Saúde informou que ambos foram medicados e liberados em seguida. A maioria dos casos é tratada pelos próprios bombeiros, que neutralizam as toxinas que causam as queimaduras usando vinagre.

Técnicos da secretaria estão nesta segunda-feira no litoral, onde visitam postos de saúde e hospitais e conversam com pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para avaliar as causas do aparecimento das águas-vivas.

“[Uma infestação por águas-vivas] tão grande assim é inédita nos últimos dez anos. As causas são várias. Uma mudança de correntes marítimas pode jogar o bando de águas-vivas para a costa, e o calor ajuda a fazer com que elas se proliferem mais rapidamente”, explica o biólogo Paulo Marques, professor da UFPR no litoral.

“Provavelmente, será preciso interditar as praias, pois, além das queimaduras, a toxina que as águas-vivas liberam na água também pode causar diarreias”, afirma.


http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/01/23/surto-de-aguas-vivas-leva-bombeiros-a-interditar-praia-em-guaratuba-pr.htm

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