quarta-feira, 30 de junho de 2010

Cães-Guia

Cotidiano

19/09/2011 - 10h43

Família recebe labrador com a missão de treiná-lo para ser cão-guia

DE SÃO PAULO


A estudante Mariah, 13, recebeu neste domingo (19) um novo membro na família: a cadela Havana, de apenas dois meses.

A filhote de labrador já tem definida qual será sua missão no futuro: servir de cão-guia para deficientes visuais. Havana ficará com Mariah e sua mãe, a empresária Patrícia Fernandes, 44, até que complete um ano de vida.

Depois, elas deverão entregá-la para treinadores, que adestrarão a cadela. Então, Havana passará para o novo dono, deficiente visual.


FOTO: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress























Cachorro labrador que será treinado para servir de cão-guia é entregue a Marco Antonio, 47, e Martinas, 5


Apesar de ter que se separar da nova cachorrinha, provavelmente para sempre (ela poderá voltar para a família ao se aposentar, por volta dos nove anos), a família sabe que será importante na formação da cadela.

Neste período, mãe e filha deverão levá-la ao trabalho e à escola, para andar de ônibus e metrô, a restaurantes, cinemas e shoppings.

Dessa forma, a cachorra se tornará familiarizada com cheiros, barulhos e situações que depois enfrentará na companhia de seus futuros donos deficientes visuais.

Ontem, além de Havana, outros nove filhotes foram entregues a novas famílias.

Eles fazem parte do projeto "Cão-Guia", do Sesi (Serviço Social da Indústria), que treina cachorros para que, no futuro, eles se tornem os olhos de deficientes visuais.

Desde julho, outros 19 cachorrinhos já foram entregues para famílias que têm o papel de socializá-los. Até o final do ano, serão mais três.

No ano que vem, o projeto espera entregar outros cem. Um número expressivo, se considerada a quantidade de cães-guias existentes atualmente no país: cerca de 60, de acordo com o Sesi.

A maior parte deles trazida do exterior, a um custo de R$ 30 mil, conta Ana Eliza Gaido, diretora da divisão de saúde do Sesi, que foi a primeira a acolher um cão.

Os deficientes visuais que receberão os cãezinhos serão selecionados pelo Sesi (as inscrições começarão em janeiro). Inicialmente, terão prioridade trabalhadores da indústria - estima-se que 1.300 possam se beneficiar.

Saiba mais sobre o projeto em sesisp.org.br/caoguia.


http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/977365-familia-recebe-labrador-com-a-missao-de-treina-lo-para-ser-cao-guia.shtml





28/04/2011 - 08h05

Governo de São Paulo lança programa para treinar cães-guias


MARIANA DESIDÉRIO

DE SÃO PAULO



Para aumentar o número de cães-guias disponíveis para cegos, o governo de São Paulo lançou, na semana passada, um programa para treinar mais cachorros.


O espaço, que será instalado na USP, terá capacidade para 92 animais. O programa é uma parceria com a faculdade de veterinária.

O Brasil tem hoje 1,2 milhão de cegos e cerca de 80 cães-guias, segundo a ONG Iris. O órgão, que comemorou ontem o Dia do Cão-Guia com uma ação no shopping Iguatemi (zona oeste de SP), tem uma fila de espera de quase 3.000 pessoas.

O analista de sistemas Gabriel Vicalvi, 25, aguarda há três anos por um animal treinado. Ele conta que um amigo chegou a pagar R$ 30 mil por um. A Iris, que não cobra pelos cães, diz que enfrenta dificuldades para treiná-los.


FOTO: Rodrigo Capote/Folhapress

















SP lança programa para treinar cães-guias; ONG promove uma ação no dia internacional do cão-guia


Segundo Thays Martinez, presidente da ONG, é difícil conseguir financiamento e o treinamento é longo - cerca de dois anos. Neste ano, o instituto pretende entregar quatro animais.

Com o cachorro, o cego tem maior facilidade em desviar de obstáculos como orelhões e lixeiras - mais difíceis de detectar com a bengala. Além disso, eles são treinados para encontrar cadeiras vazias no metrô ou escadas rolantes a partir de um comando do dono.

Para quem consegue o cão, a dificuldade é fazer com que ele seja aceito. "Já tive que mudar de casa, porque as pessoas acham que ele vai morder", diz a cantora lírica Liana Maria Conrado. Mas ela não abre mão do animal. "A bengala para mim é um estigma, aquela coisa do ceguinho coitadinho. O cão-guia muda sua vida."


http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/908308-governo-de-sao-paulo-lanca-programa-para-treinar-caes-guias.shtml




G 1

Brasil


21/04/2010 07h22 - Atualizado em 22/04/2010 21h12


Brasil tem cerca de 60 cães-guia para 1,4 milhão de cegos, segundo ONGs

Filas de espera para receber animal são de tempo indeterminado.

Trazer cachorros do exterior é alternativa para quem pode pagar.


Luciana Rossetto

Do G1, em São Paulo



O deficiente visual que pensa em trocar a bengala por um cão-guia tem duas alternativas no Brasil: aguardar pacientemente na fila de espera de uma ONG por tempo indeterminado ou comprar o animal fora do país. O número reduzido de cães-guia no Brasil é um reflexo da dificuldade que existe para conseguir um animal treinado. Para se ter uma idéia, há 1,4 milhão de deficientes visuais no país, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia; e cerca de 60 cães-guia, segundo ONGs.


E entrar na fila do Projeto Cão-Guia da ONG Integra, em Brasília, foi a opção escolhida pelo assessor parlamentar Luciano Ambrosio Campos, de 40 anos, portador de uma doença hereditária que provocou a perda gradativa de sua visão. Após três anos de espera, em dezembro de 2008, ele conseguiu trocar a bengala pela cadela Mits, de 3 anos. “Minha vida se divide em dois momentos, antes e depois da Mits. Com ela, o mundo cresceu. Tive um ganho de autonomia e de locomoção que não dá para comparar com o que tinha antes”, afirma Campos.

Uma das maiores vantagens do cão-guia em relação à bengala, segundo Campos, é a possibilidade de desviar de objetos acima do chão. “Com a bengala, você tem domínio de 1,5 metro à frente e não detecta um orelhão ou um galho de árvore. Já a Mits me protege de todos os riscos, não bato a cabeça nas coisas”, diz.

Em troca da proteção, Campos também faz sua parte e zela por Mits. Para que trabalhe perfeitamente, ela precisa seguir a rotina rígida, receber alimentos nos horários corretos, além de fazer visitas frequentes ao veterinário e, ao menos uma vez por ano, passar por uma reciclagem do treinamento.





FOTO: Arquivo Pessoal
























O assessor parlamentar Luciano Campos conta que ganhou autonomia com a cadela Mits






FOTO: Arquivo Pessoal
























Com Mits, Campos conta que consegue desviar de objetos acima do chão




Já o professor de ioga Elias Ricardo Diel, de 36 anos, passou quatro anos esperando por um cachorro até a chegada da cadela Winter, da Austrália. Ela foi trazida a pedido de Diel pelo treinador de cães Fabiano Pereira, que tinha viajado ao exterior para fazer um curso de especialização e poder iniciar o treinamento na Escola de Cães Guia Helen Keller, em Balneário Camboriú (SC).

“Eu precisava de mais independência e queria segurança para me locomover e poder construir uma vida melhor, com mais qualidade. Minha esperança era que Fabiano voltasse e treinasse um cão para mim, mas ele conseguiu trazer a Winter de lá”, afirma Diel, que está com a cadela há pouco mais de 1 ano.

Orientado por Pereira, o próprio Diel faz a reciclagem do treinamento de Winter. “Há comandos e alguns passos que ela precisa seguir para manter a disciplina. Senão, ela esquece e volta a ser um cão normal”, diz Diel.

Cego desde os 16 anos, quando sofreu um acidente de carro, Diel conta que a principal vantagem do cão guia em relação à bengala é a integração social. “Winter é a minha maior relações públicas. As pessoas ficam apaixonadas por ela e conversam comigo. Com a bengala, alguém sempre pergunta se você precisa de ajuda, mas a conversa acaba aí. Todos saem da frente e não falam nada.”




FOTO: Arquivo Pessoal
























O professor de ioga Elias Diel passou a ser conduzido por Winter há pouco mais de 1 ano







Custo do treinamento





Em média, o treinamento demora dois anos e custa o equivalente a R$ 25 mil no Brasil. Os deficientes visuais cadastrados no Projeto Cão-Guia e na Escola de Cães-Guia Helen Keller não pagam pelo animal, mas precisam enfrentar a fila de espera de tempo indeterminado.


A coordenadora do Projeto Cão-Guia, Michele Pöttker, afirma que há cerca de 300 deficientes visuais na fila de espera da instituição. A ONG teria capacidade para entregar 25 cachorros por ano, mas, por falta de recursos, em 2009, preparou apenas quatro. No total, em nove anos, o projeto beneficiou 35 pessoas.

“A solução para treinarmos mais seria o apoio financeiro do governo ou de empresas. Estamos buscando parceiros para dar continuidade ao projeto”, diz.

A Escola de Cães-Guia Hellen Keller, que também é uma instituição filantrópica, espera entregar os primeiros animais treinados a partir de agosto de 2010.

Já quem tem dinheiro para adquirir um cão no exterior precisa pagar a viagem e os gastos do período de adaptação de cerca de um mês para integrar animal e dono, além do valor cobrado pelo bicho.

“É complicado e oneroso. Lá fora, os estrangeiros não são prioridade e também podem ficar anos esperando”, afirma Pereira. Ele ressalta que, no exterior, só o cachorro tem um valor médio simbólico de US$ 5 mil, sem contar as despesas de viagem.






Características para se tornar um cão-guia




Além de saúde perfeita, o animal tem que ser isento de agressividade para se tornar um cão-guia. Segundo Pereira, várias raças podem ser usadas na função, tais como boxer, dálmata e pastor-alemão, mas o que realmente importa é o temperamento. Por isso, 90% dos animais treinados são das raças labrador e golden retriever, reconhecidas como muito dóceis e trabalhadoras. “Quando o leigo vê um labrador, sabe que é um cão bonzinho.”

Assim como Diel, Pereira ressalta que o animal ajuda a inserir o deficiente visual no convívio social. “O papel do cão-guia não é apenas locomover, mas ajudar a integrar o cego na sociedade. Se a pessoa tem um cachorro, outras naturalmente chegam perto e iniciam uma conversa. Com a bengala, o cego fica sempre excluído.”






FOTO: Divulgação/Projeto Cão-Guia




















Em média, treinamento de cães-guia demora dois anos









Saiba como é o treinamento de um cão-guia




2 meses


Com dois meses,os filhtes passam por uma primeira avaliação veterinária.




3 a 11 meses



Os aprovados são encaminhados para voluntários que atuam como "famílias socializadoras". Essas pessoas ajudam a socializar o filhote,levam o cão para lugares públicos e privados,como trabalho,faculdade,parques,ruas,restaurantes, cinemas,lojas,ônibus,metrô,etc.O processo tem a finalidade de acostumar o animal a todo tipo de ambiente,Essas famílias recebem orientação técnica durante a socialização dos filhotes,pois eles não podem ser criados como bichos de estimação.Por exemplo,não podem subir na cama e no sofá ou ganhar comida na hora errada.




1 Ano


Com um ano,os cachorros são novamente examinados por veterinários.Os aprovados nos testes clínicos e de temperamento começam a receber o treinamento específico para cão-guia,que vai consumir mais ou menos um ano.





2 Anos



Terminada a fase de treinamento para cão-guia,os animais já estão com cerca de dois anos. Então,ocorre a seleção de quem receberá o cachorro.É necessário existir uma sintonia perfeita entre a personalidade do cão e do deficiente visual. Os deficientes contemplados pelos programas não se tornam donos dos anmais,que são apenas cedidos. Se o animal não for bem utilizado ou bem cuidado,ele é retirado do utilizador.




6 Anos



Em média,os cães trabalham de 6 a 8 anos e,então,são aposentados.Quando param de trabalhar,o utilizador tem a preferência para se tornar dono de fato do animal,em virtude do vínculo muito forte criado entre eles.




Fontes: Fabiano Pereira,treinador da Escola de Cães-Guia Hellen Keller

Michelle Poltker,Coordenadora do Projeto Cão-Guia








Serviço


Interessados em obter um cão guia, patrocinar ou ser voluntário nos projetos podem entrar em contato com as instituições:


Escola de Cães-Guia Helen Keller

www.caoguia.org.br



Projeto Cão-Guia - ONG Integra


(61) 3345-5585/ 3443-0005


caoguiadf@gmail.com


www.projetocaoguia.com.br






http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/04/brasil-tem-cerca-de-60-caes-guia-para-14-milhao-de-cegos-segundo-ongs.html




Revista Época São Paulo

Cidade – Notícias

Deficientes visuais celebram a formatura de cães-guia

Animais passam por treinamento de 20 meses antes de serem destinados a seus novos donos


por Márcio Cruz















Cão-guia com certificação internacional


Uma formatura diferente das convencionais aconteceu na última semana no balnerário (sic) Camburiú (SC). E, como de costume, os responsáveis pareciam mais felizes do que os próprios graduandos. Em sua colação, Max, Fita e Rama ganharam a certificação de cães-guia pela Hellen Keller, escola especializada em treinamento de cães para deficientes visuais.

O curso é o único do tipo no Brasil reconhecido pela Federação Internacional de Escolas de Cães-Guia, baseada na Inglaterra.

Os animais, mestiços de golden retriever com labrador, passaram por um treinamento de 20 meses e foram habilitados para o auxílio de pessoas com deficiências visuais.

Até aí nenhuma novidade, cães-guias são utilizados no auxílio para a locomoção de deficientes há quase cem anos. A diferença está no custo. Ao invés de terem de ir para os Estados Unidos e arcar com os custos de passagem e com o cão (US$7 mil), os deficientes recebem o benefício a custo zero – e no Brasil. Os valores são bancados por empresas patrocinadoras como fabricantes de ração e outros equipamentos associados à manutenção dos cães. A escola ainda fica responsável pela alimentação e cuidados com os animais.

Os cães foram doados a deficientes selecionados com base em afinidades físicas e de personalidade. Para o instrutor Fabiano Pereira, 36, a formatura é uma oportunidade das pessoas conhecerem o trabalho da escola e se sensibilizarem com a causa.

O principal desafio agora é aumentar o número de instrutores plenamente capacitados para que mais cães possam ser treinados e mais deficientes beneficiados.

A Hellen Keller também está sendo avaliada para que seja considerada membro da Federação Internacional. Dessa forma, poderá receber auxílio técnico e financeiro de um fundo mundial.

No momento, nove cães guias estão sendo treinados, quatro já estão em processo de adaptação com os futuros donos. No Brasil, existem cerca de 5,4 milhões de pessoas com perda visual severa e apenas 70 cães-guias treinados. Max, Fita e Rama foram os primeiros a serem treinados com certificação internacional.

Em São Paulo, o Instituto de Responsabilidade e Inclusão, o Iris, foi fundado em 2000 por uma deficiente visual desde então forma cães-guia para quem aguarda em uma fila de espera que tem mais de três mil pessoas.




Inspiração

O ex-surfista Elias Diel, o Figue, perdeu a visão com 16 anos devido aos ferimentos ocasionados em um acidente automobilístico e é o símbolo da nova fase da escola, afirma Fabiano Souza.

Figue pediu ao amigo Fabiano, criador de cães da ração akita, o auxiliasse na obtenção de um cão-guia. Fabiano viajou até a Austrália, iniciou os estudos como instrutor de cães especializados e retornou com Winter, um labrador.



















O instrutor Fabiano Souza, o surfista Figue e Winter.

Foi quando Fabiano se associou à escola Hellen Keller, que mudou sua sede de Florianópolis para Camburiú (sic)em 2006. Há um ano e meio, Winter acompanha Figue em suas atividades. Ele trabalha como professor de ioga e é escalador nas horas vagas.


http://revistaepocasp.globo.com/Revista/Epoca/SP/0,,EMI161402-17276,00.html






Globo Repórter


Loucos Por Bichos


30/01/09 - 23h13 - Atualizado em 30/01/09 - 23h14


Labrador guia passos de atriz cega


Desde que passou a ter os olhos de Higgans como um pedaço de si mesma, Danieli Haloten deixou de lado a bengala.


Hélter Duarte

Rio de Janeiro, RJ




Longe de Santa Catarina, a palavra proteção move a amizade entre a atriz Danieli Haloten e o labrador Higgans. Em Nova York, ele levou a moça para conhecer o edifício mais alto da cidade: o Empire State.

No Rio de Janeiro, uma situação incrível: a porta do elevador se abre, Higgans sai e Danieli, que é cega, fica perdida entre os andares. Quando ela finalmente consegue voltar, o labrador, de 40 quilos, está lá.

“Ele ficou me esperando na porta até que eu descesse do elevador. Ele sabia melhor do que eu qual andar onde teria que descer. Este é o marido fiel”, diz Danieli.

Fidelidade canina. Também, pudera. O labrador, de cinco anos, foi treinado nos Estados Unidos e doado por uma ONG americana. Ele só entende inglês e é visto como uma parte da dona.

“Ele é meus olhos. Não me deixem sem ele, porque eu me sinto completamente cega”, diz Danieli.



















Para tê-lo como guia, Danieli recebeu aulas intensivas. Foi preciso aprender os comandos para lidar com o cão.





“O treinamento era das 6h30m até as 22h, de domingo a domingo, em um internato onde eu fiquei nos Estados Unidos. Eles deixaram o cachorro no meu quarto, e eu estava muito cansada. Não tive dúvidas: deitei na cama. Ele deitou no chão. Quando os treinadores abriram a porta, era só risada. Essa dupla deu certo. De cara, ficamos amigos. Ele é meu companheiro de cama, literalmente. Ele ronca enquanto eu durmo”, conta Danieli.

Desde que passou a ter os olhos de Higgans como um pedaço de si mesma, Danieli deixou de lado a bengala, usada durante anos.

“A diferença entre usar bengala e ter um cão guia é a mesma de você pegar um carro velho e um carro de última geração. Esse seria um bom comparativo. A bengala ajuda, mas o cachorro dá mais independência. Ele é treinado para desviar e avisar todos os obstáculos. Às vezes, dependendo do passo que você dá com a bengala, seu pé cai em um buraco”, diz Danieli.

Cidade grande, trânsito, gente para todo lado. E, mesmo assim, Higgans chama atenção por onde passa. Ele é tão dócil e simpático que qualquer pessoa pode se apaixonar. Mas Danieli ensina o seguinte: ele é muito mais do que um bicho de estimação. “Ele é a minha segurança”, diz. Por isso, todo mundo deve colaborar para não tirar a concentração dele.

“Quando vir um cão guia andando, nem peça para brincar com ele, porque você vai atrapalhar não só o cão, mas a pessoa que ele estiver guiando e quem estiver atrás, andando no fluxo. Se o cachorro se distrair e não prestar atenção em mim e não me avisar quando existe um obstáculo, eu posso levar um tombo feio ou bater a cara em um poste”, conta Danieli, que vive em Curitiba e está no Rio para a maior oportunidade de sua vida: vai atuar em uma novela da TV Globo. Um novo caminho – aberto pelo talento da atriz e guiado pelos olhos do amigo Higgans.

“Costumo dizer que o Higgans salva a minha vida todos os dias, porque ele me avisa sobre todos os obstáculos. Já imaginou quantas escadas eu poderia ter rolado abaixo, quantos buracos se eu não tivesse ele? Ele está aí para isso. É o meu filhote. Tenho um amor muito grande por ele”, declara Danieli.





http://g1.globo.com/globoreporter/0,,MUL980037-16619,00-LABRADOR+GUIA+PASSOS+DE+ATRIZ+CEGA.html






Notícias

18/05/09 - 11h16 - Atualizado em 18/05/09 - 11h26

Danieli Haloten é incomodada em restaurante por estar com seu cão-guia

Atriz cega de 'Caras e Bocas' reclama em blog do desconhecimento de lei federal

Do EGO, em São Paulo




A atriz Danieli Haloten, de "Caras e Bocas", protestou em seu blog, no Bloglog, contra a ignorância da população em relação à lei federal que permite a presença de cães-guia nos estabelecimentos.























Danieli ao lado do labrador Higgans




Danieli, que é deficiente visual, conta que sentou-se à mesa de um restaurante na Barra da Tijuca acompanhada de Higgans, seu cão-guia, e de uma amiga. Segundo a atriz, o dono do restaurante pediu que ela se sentasse do lado de fora, pois a presença do cão estava em desacordo com questões de vigilância sanitária. Danieli explicou a lei para o homem, que seguiu insistindo para ela se retirar. A atriz só conseguiu almoçar depois de muito discutir com o dono do restaurante, que se disse advogado, mas não conhecia a lei.



"Esconder-se atrás da medíocre frase 'Eu não sabia!' não cola mais nos dias de hoje. Com tanta divulgação nos meios de comunicação, com a internet, até na novela das 8 já teve cão-guia!", diz Danieli, lembrando o debate sobre as questões dos deficientes visuais, levantado em "América" (2005) por Glória Perez.




http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL1157920-9798,00-DANIELI+HALOTEN+E+INCOMODADA+EM+RESTAURANTE+POR+ESTAR+COM+SEU+CAOGUIA.html






Brasil


21/09/2006 - 11h18m

DECRETO REGULAMENTA NORMA SOBRE CÃO-GUIA

Lula vai assinar decreto que regulamenta a entrada e permanência dos cães-guias em todos os estabelecimentos do país


Do G1, com informações do Bom Dia DF






No Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência, celebrado nesta quinta-feira (21), o presidente Lula vai assinar um decreto que regulamenta a entrada e permanência dos cães-guias em todos os estabelecimentos do país. No Distrito Federal, já existe uma lei que também prevê multa e interdição do local que proibir a entrada do cachorro. Na prática, quem circula com o cão-guia ainda tem muitas histórias de descriminação.

"Quando o usuário de cão-guia, que é um deficiente visual, for impedido por alguém de entrar em qualquer espaço público ou de uso coletivo, a multa varia de mil a trinta mil reais", alerta a funcionária da Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Isabel Maior.

Cego desde os 15 anos, Daniel Marques, hoje com 23, tem em seu cão-guia, Aimi, os olhos que precisa para ser independente e freqüentar shoppings, por exemplo. Aimi, que significa escuridão em tupi-guarani, permite que o bancário e estudante de Direito não ande no escuro. Os dois chamam a atenção. Muita gente observa e fica intrigada. Pelo menos nos grandes centros comerciais, geralmante ninguém descrimina o cão-guia.Mas nem sempre é assim."Eu entrei no shopping e peguei o elevador. Só que, ao invés de subir, o elevador desceu. Foi quando apareceu uma pessoa e me pediu para retirar o cachorro. Eu disse que não ia retirar por se tratar de um cão-guia e que era um direito meu. Ainda acontece muita discriminação, muito preconceito", afirma Daniel.

De acordo com o decreto, o cão-guia não pode circular em áreas restritas de hospitais, como UTIs e locais de quimioterapia. "Muita gente tem animal de estimação em casa. Se é comum ter cachorro em casa, qual o problema do animal freqüentar o shopping socialmente?", questiona a psicóloga Kátia Juaneza.





http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,AA1281199-5598,00-DECRETO+REGULAMENTA+NORMA+SOBRE+CAOGUIA.html





Jornal Nacional

03/04/06 - 21h01 - Atualizado em 03/04/06 - 21h01

Uso de cão-guia defendido na Justiça





Nome russo, educação americana. Boris foi treinado nos Estados Unidos e há sete anos é o guia de Thays nas ruas de São Paulo. Thays precisou acionar a Justiça e conseguiu liminar para entrar com o cão-guia no metrô.

Em 2003, veio a sentença em primeira instância: Boris poderia circular pelas estações, desde que a dona tirasse uma carteirinha especial expedida pelo metrô. Para a companhia, uma questão de segurança.

"Facilitaria o embarque e desembarque e ao mesmo tempo era o momento para passarmos recomendação de segurança para uso do sistema”, disse Maria Olívia Santana, funcionária do atendimento ao cliente do metrô/SP.

“Para minha segurança, não. Abriria um precedente perigoso, limitando o direito de ir e vir do usuário, porque se cada estabelecimento quisesse fazer o mesmo, ter o seu documento, ficaria inviável usar um cão-guia", argumentou Thays Martinez, advogada.

Thais recorreu e hoje ganhou a causa no Tribunal. Boris tem direito de ir e vir no metrô, apenas com atestado de saúde e certificado de treinamento. Mesmo perto dos trens, Thays se sente protegida.

"Ele é bastante treinado para manter uma distância de segurança. Nunca aconteceu nenhum acidente”, contou Thays.

Nas estações, ele dá segurança e ensina o caminho.

"As leis estão começando a ser cumpridas e a gente tem um poder a que recorrer", acrescentou a advogada.



http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL566249-10406,00-USO+DE+CAOGUIA+DEFENDIDO+NA+JUSTICA.html





São Paulo / Cão-Guia

27/12/08 - 08h59 - Atualizado em 27/12/08 - 15h06

Bóris, primeiro cão-guia a entrar no Metrô de SP, se aposenta

Dona do cachorro, advogada foi pioneira na luta por acesso.

Diesel será o novo companheiro dela nas ruas da capital.

Do G1, em São Paulo


O labrador marrom Bóris, que em 2004 abriu caminho na Justiça para deficientes visuais terem o direito de entrar no Metrô de São Paulo com seus cães-guias, se aposentou aos dez anos de idade.



FOTO: Daigo Oliva/G1



















Bóris (à esquerda) vai se aposentar após nove anos de serviço como cão-guia e será substituído por Diesel, de 1 anos e sete meses



Após nove anos de serviços prestados à sua dona, a advogada Thays Martinez, de 34 anos, Boris, dará a vez a outro labrador, chamado Diesel, de um ano e sete meses.

Nascido nos EUA, o novo cão-guia de Thays chegou do hemisfério norte há dez dias. Bóris sai agora apenas para passear, mas, de acordo com Thays, já superou os ciúmes da dona com o cão gringo.

A advogada e Bóris ganharam destaque pela primeira vez em 2000, quando seu então cão-guia foi impedido de entrar na estação Marechal Deodoro do Metrô. A advogada formada pela Universidade de São Paulo entrou com uma ação judicial contra o Metrô.

Em 2006, Thays obteve vitória no Tribunal de Justiça de São Paulo, onde ela fez a própria defesa com Bóris ao seu lado e garantiu acesso de cães-guia ao Metrô. Enquanto o processo tramitava na Justiça, Thays conseguiu a aprovação de duas outras leis, uma estadual 10.784, de 2001, e outra federal, a 11.126, de 2005, que garantem o acesso de cães-guia a locais públicos.

A lei estadual foi, em 2008, absorvida pela lei 12.907, que consolida a legislação relativa à pessoa com deficiência no estado de São Paulo. O transporte de animais no Metrô é proibido. A única exceção diz respeito a deficientes visuais conduzidos por cães-guias, autorizados pela lei estadual. Quando for para o Metrô, Diesel não precisará passar pelo transtorno a que se sujeitou Bóris, quando cães-guias eram proibidos dentro das composições. A primeira viagem deverá ocorrer na próxima semana.

"Quando peguei o Metrô pela primeira vez com o Bóris, tinha expectativa de que não ia acontecer nada e tivemos de enfrentar uma série de obstáculos. Agora, com a aprovação da lei tenho certeza de que com o Diesel não vai ter nenhum problema", afirmou.



Novo nome



Thays pensa em trocar o nome de Diesel por Dodge, que considera mais sonoro, mas antes vai abrir uma enquete em seu blog para saber a opinião dos internautas.


Deficiente visual desde a infância e presidente do Instituto de Responsabilidade e Inclusão Social (Iris), Thays afirma que o Brasil tem atualmente cerca de 50 cães-guia. Apesar de ainda ser pouco em comparação com as 24 mil pessoas com necessidades e potencial para terem cães-guia, o número já é cinco vezes maior do que no início da década, quando Thays trouxe Bóris a São Paulo. "A demanda é muito maior do que aquilo que a gente pode atender, que é de oito cães-guia, em média, por ano", disse Thays.

O Iris estabelece parceria com uma instituição norte-americana, a Leader Dogs, para trazer cães-guia ao Brasil. De acordo com Thays, a Leader Dogs é mantida por uma entidade filantrópica e o atendimento é gratuito, mas os interessados precisam se inscrever em um processo seletivo.

Na última viagem que fez aos Estados Unidos acompanhada pelo fundador da Iris, Moisés Vieira, Thays levou outros três paulistanos, que também receberam cães-guia da Leader Dogs. O Iris pretende implantar em São Paulo uma escola para treinamento de cães-guia, mas de acordo com Thays faltam ainda apoio público e privado.



FOTO: Divulgação
















Thays com o labrador Diesel (à esq.) em Nova Iorque ao lado de Pedro, com Boo; Ersea, com Tobby e Daniela, com Dasher. Ao fundo, Moisés Viera, do Iris



Em um trecho de seu blog, Thays conta uma de suas primeiras experiências com Diesel, ainda em Nova Iorque. Ela se esqueceu de pegar o endereço da casa, mas o labrador lembrou o caminho de volta.

"Estava sozinha na casa pela manhã e resolvi dar uma volta com o Diesel. Descobri que tem uma loja de doces bem próxima daqui. Lá fui eu dando as orientações para ele e pronto, conseguimos encontrar a entrada. Quando terminei o café e o Donuts pedi para ir para a porta e tudo bem. Porém... Esqueci de um pequeno detalhe. Não sabia o nome da rua nem o número da casa! Ops... O jeito era torcer para que o Diesel lembrasse da casa e não desviasse do caminho. Nossa, nem acreditei quando ele virou para entrar em uma casa e subiu os degraus que já conheço! Apesar de já ter convivido 9 anos com o Super Boris, não consigo não me surpreender com o trabalho deles sempre! Parabéns cães-guias. Good boy, Diesel!"




http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL935904-5605,00-BORIS+PRIMEIRO+CAOGUIA+A+ENTRAR+NO+METRO+DE+SP+SE+APOSENTA.html




Revista Época São Paulo


Boris 1998-2009 - homenagem ao cão-guia pioneiro no metrô

O labrador mudou a vida de uma paulistana e abriu as portas da cidade para seus semelhantes


por Rafael Barifouse



Thays Martinez realizou um sonho de infância aos 26 anos: caminhar sozinha à beira mar. Deficiente visual desde os quatro, por causa de uma caxumba, a advogada não tinha referências suficientes para andar com a bengala na areia.

Tudo mudou em 2000, em Peruíbe, litoral sul de São Paulo. O passeio de meia hora, com direito a um mergulho de lavar a alma, só foi possível por causa do novo companheiro: o cão-guia Boris. “Tinha me formado e já trabalhava. As pessoas achavam que estava bom. Mas Boris me fez mais livre”, diz.

Depois de conhecer o labrador no centro americano Leader Dogs, no estado do Michigan, ela ganhou autoconfiança para mudar de vida. Hoje, aos 31 anos, mora sozinha, namora e dirige a ONG Iris. “Passei a fazer escolhas sem medo de errar. Boris me levou por caminhos que eu nunca tinha percorrido.” Ele virou um símbolo quando foi protagonista de uma disputa com o metrô em 2000. A entrada de cães-guia era permitida por lei municipal, mas foram necessários seis anos de briga na Justiça para garantir esse direito. Hoje, restaurantes, shoppings, teatros, supermercados, casas noturnas e meios de transportes são multados em até R$ 50 mil caso desrespeitem a lei. Boris foi parar nas páginas dos jornais como o Élvis dos cães-guia, que havia aberto, literalmente, as portas da cidade para eles.

























Treinado no centro americano Leader Dogs, Boris foi os olhos de sua dona, Thays Martinez, por nove anos



O labrador já havia dado sinais de que não era como outros cães. Treinado por um homem, ele não aceitava ordens de Thays nos primeiros dias de treinamento. Para piorar, era o líder do bando e não se dava às mesmas gracinhas que os companheiros. Não gostava de brinquedos, por exemplo, apenas de garrafas de plástico, mas, segundo a dona, perdia o interesse assim que tirava a tampa. Andava como queria, por onde queria, enquanto Thays trombava com obstáculos e agradecia por eles serem de isopor.



Boris tinha vocação. Calculava a velocidade para a dona não esbarrar em nada. Mas também aprontava


A advogada chegou a pensar que aquela segunda tentativa de ter um cão-guia terminaria em frustração como quatro anos antes. “Ele tinha um vínculo forte com o treinador”, diz Moisés Vieira Junior, preparador brasileiro que acompanhou a advogada na viagem. “Isso foi bom. Quando o vínculo foi transferido, ele virou o melhor cão-guia do mundo.”


Boris tinha vocação para a profissão. Era capaz de voltar ao mesmo lugar já na segunda visita. Andava rápido quando a advogada estava de tênis e devagar nos dias de salto. Calculava o espaço necessário para ela não esbarrar em nada quando carregava sacolas. Mas também aprontava. Um dia, fez Thays desviar de uma árvore caída e ganhou um biscoito pelo bom trabalho, como de costume. A fez desviar outras vezes até que a dona perguntou aos moradores da rua se havia muitos troncos no caminho. Tudo estava normal, e o estômago de Boris, mais cheio. Ele só dava problema com outros de sua espécie. “Boris não se dava muito com cães. Certas situações me fizeram crer que ele achava que era gente”, diz Thays. Como quando cutucava alguém e, em seguida, colocava o focinho no sofá para pedir para sentar. Ou quando a advogada se pesava na farmácia e ele subia na balança logo depois.

























Thays teve de lutar na Justiça para garantir o direito de andar com Boris no metro



Boris foi os olhos de Thays por quase nove anos. Aposentou-se em novembro de 2008 depois da chegada do labrador Diesel. No começo, Boris ainda ia até Thays quando a ouvia acordar. Ao se dar conta de que outro estava em seu lugar, deu um gelo na dona por um tempo, mas acabou aceitando. Chegou a aproveitar a aposentadoria quando viveu um tempo com um casal de amigos da advogada. Já se permitia brincar com outros cães e até a paquerar. De repente, começou a ficar abatido e recusar comida.

Na segunda consulta, veio o diagnóstico: câncer de coração com metástase nos pulmões e abdômen. “Não tinha cura”, diz a veterinária Renata Corigliano. “Demos qualidade de vida. Foi muito rápido”. Boris foi sacrificado no final de outubro, aos 11 anos. Foi-se com a missão cumprida e um pouco além.

Sentada na sala de sua casa, Thays se emociona ao lembrar do seu “marido de um casamento arranjado”. Os momentos vêm em flashes. A descoberta de uma rua, as aulas do MBA e a festa que faziam para ele na chegada ao trabalho. Uma das lembranças mais recorrentes é a maciez do seu pelo “de pelúcia” cor caramelo. Ao recordar da primeira caminhada, ela conta que vai voltar a Peruíbe para se despedir dele com cinzas ao mar. Diz ser incapaz de encontrar só uma palavra para definir Boris. Depois de refletir, acha uma à altura para o cão-guia que fez com que ela e tantos outros enxergassem o mundo à sua maneira: “Luz”.












http://revistaepocasp.globo.com/Revista/Epoca/SP/0,,EMI106422-15375,00-BORIS+HOMENAGEM+AO+CAOGUIA+PIONEIRO+NO+METRO.html





São Paulo / Cão-Guia


31/07/07 - 13h58 - Atualizado em 31/07/07 - 16h00

Cão-guia dos EUA faz sucesso nas ruas de SP

O labrador Brock foi "importado" para ajudar o técnico judiciário Daniel Sisti.

Dono e companheiro passaram por treinamento de um mês para virarem parceiros.


Do G1, com informações do SPTV



Um cão-guia treinado nos Estados Unidos ajuda um deficiente visual brasileiro a andar pelas ruas do Centro de São Paulo. O labrador Brock, além de abrir caminho para o dono, o técnico judiciário Daniel Sisti, faz sucesso por onde passa.


Sisti passou um mês na terra-natal do companheiro antes de vir com ele para o Brasil. “Acordávamos às seis da manhã, para levar ele para fazer as necessidades, né, e só voltávamos para o quarto às dez da noite”, conta o dono. “Tinha o treinamento na rua, tinha o treinamento lá no alojamento, e tinham palestras com vários especialistas”. Não deu nem tempo para Daniel conhecer os Estados Unidos. “Pouco saímos do alojamento sem ser para o treinamento.”


A temporada foi para aprender a deixar o Brock no comando. Nas ruas da capital eles põem em prática e aperfeiçoam o treinamento. Na Alameda Campinas, caminho para o trabalho, os dois encontram amigos e admiradores. “A gente já fala, ó, daqui a pouco o Daniel tá subindo aí com o "cãozinho" dele.”, conta o taxista Osvaldo Lopes Feitosa.


No percurso há obstáculos: muitos degraus, guias, calçadas irregulares... e carros, entrando e saindo das garagens. “Quando ele desce, sobe, direita, esquerda, percebo tudo aqui na guia”, conta Sisti.




















Presente



Brock foi um presente da Organização Não-Governamental Iris, um instituto de inclusão social, que já doou nove cães para portadores de deficiência visual brasileiros. Sisti se inscreveu e passou pela avaliação.

O processo de seleção leva em conta o perfil do usuário e o do cão. “O candidato tem que estar ciente que ele é responsável por mais uma vida além da dele. Ele é responsável pela vida de um cachorro. Ele tem que ter condições de cuidar do cachorro de uma excelente forma, ração, veterinário, condição boa para o cachorro e portanto para os dois”, afirma a treinadora de cães do Instituto Íris, Alexandra Fiúza.




Parceria



A parceria entre Brock e Daniel deu certo. O cachorro já sabe o trajeto para o trabalho do dono e sabe que precisa virar a esquina quando chega na Avenida Paulista. Mas às vezes esquece que o dono ocupa mais espaço que ele na calçada. Daniel entende, é compreensivo e faz um afago no companheiro.

“Já fui para casa três vezes a pé. Atravessando 18 quadras. Passando por metrô em construção, passando por concessionárias, carros saindo, entrando. E também permite uma boa aproximação das pessoas, que param, olham, conversam, é uma fonte de inclusão também, né”, conta Sisti, orgulhoso.

Um cachorro tão educado vira atração no meio da rua. Só que tocar nele ou oferecer comida, não pode. Se alguém fizer isso, o cão deixa de fazer o trabalho dele para procurar coisa na rua. Fazer carinho pode, mas não quando ele está com a guia, não, pelo mesmo motivo.





http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL80655-5605,00-CAOGUIA+DOS+EUA+FAZ+SUCESSO+NAS+RUAS+DE+SP.html










EXTRA

Casos Cidade


Enviado por Letícia Vieira - 1.9.2009 |7h18m


Direito garantido


Cão-guia volta a ser autorizado no Tribunal de Justiça




A persistência de uma advogada cega provocou a mudança das regras de acesso ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ). Inconformada com o fato de seu cão-guia não poder acompanhá-la dentro do prédio, Deborah Prates se recusou a deixar o cachorro na portaria e seguir com um funcionário. Diante do ato, o presidente do TJ, desembargador Luiz Zveiter, decidiu autorizar a entrada do animal.
Inicialmente, Zveiter acreditava que a presença do cão-guia poderia atrapalhar a circulação de pessoas no prédio.

— Não sou contra o cachorro, mas disse a ela (advogada) que seria mais fácil colocar um funcionário à disposição. Isso aqui é uma cidade, 30 mil pessoas circulam por aqui por dia — afirmou o desembargador.



Lei garante permanência de cão-guia


Já Deborah recorreu à lei federal 11.126/05, que assegura o ingresso e a permanência do cão-guia em todos os locais públicos e privados de uso coletivo, quando chegou a ser impedida de entrar no prédio.

— É a primeira vez, depois de dois anos, que estou tendo um problema no Judiciário. Esse cachorro é meus olhos, como posso me separar dele? — questionou.

Diante da insistência da advogada e da presença de repórteres do EXTRA, Deborah, o cão-guia e um advogado do seu escritório foram autorizados a entrar, mas acompanhados por uma funcionária e dois seguranças. A partir desta terça-feira, no entanto, a advogada não deve ter mais dificuldades.

— Estou radiante. O desembargador teve bom senso e viu que a lei deve prevalecer. Só espero que uma equipe de segurança não precise me acompanhar mais. As pessoas gostam do animal, ele é dócil e treinado para isso — garantiu Deborah.



http://extra.globo.com/geral/casosdecidade/posts/2009/09/01/cao-guia-volta-ser-autorizado-no-tribunal-de-justica-218981.asp




Diário de São Paulo

Enviado por Jaqueline Falcão - 29.11.2009 | 6h05m

Inédito



São Paulo vai ter centro de treinamento para cão-guia



A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP e a Secretaria do Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência celebraram um convênio para a criação de um Centro de Treinamento de Cães-Guia. O Centro deverá funcionar em um terreno adjacente à faculdade, doado pela reitoria da USP.

Segundo Denise Tabacchi Fantoni, coordenadora do projeto, professora da FMVZ e responsável pelo Serviço de Anestesia do Hospital Veterinário da USP, o Centro, além da criação e treinamento de cães-guia para cegos, tem como objetivo definir parâmetros em relação à usabilidade do cão-guia e métodos de treinamento.

Quando instalado, o Centro treinará cães das raças labrador e golden Retriever, que possuem um alto grau de habilidade para o aprendizado da função de guia. Os animais serão adquiridos por meio de doações de canis particulares, credenciados e com controle de doenças. Inicialmente, o projeto espera formar 30 cães ao ano para os portadores de deficiência visual. No futuro, a professora cogita a hipótese de compra de filhotes, conforme o desenvolvimento do projeto.



O treinamento



Os filhotes serão entregues a uma família adotiva, selecionada pelo programa, e que cuidará do cão durante um ano. Segundo Denise, “esse período com a família fornecerá ao animal a possibilidade de se socializar com pessoas e locais, além de crescer num ambiente caseiro”. Os filhotes serão visitados mensalmente por um membro do Centro, para verificar o desenvolvimento do animal.

Após o primeiro ano com a família, o cão é encaminhado ao Centro de Treinamento, por onde passará por um adestramento intensivo, específico para guia de cegos. Nessa etapa, o animal será avaliado permanentemente por treinadores qualificados, contratados pelo Centro e avaliados clinicamente por veterinários da FMVZ. O treinamento terá duração de quatro a seis meses, dependendo da evolução do animal.

Denise lembra que, hoje, existem no Brasil cerca de 16 milhões de cegos, e que a importância do Centro está em não se limitar a fornecer cães-guias a deficientes visuais, mas em criar um projeto que envolva a Universidade, o governo e, principalmente, a sociedade.

Mais informações: 3091-1232, email dfantoni@usp.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo, com a professora Denise Tabacchi Fantoni.



http://oglobo.globo.com/diariosp/quatropatas/posts/2009/11/29/sao-paulo-vai-ter-centro-de-treinamento-para-cao-guia-245381.asp










GloboEsporte.Com

Parapan Rio 2007

17/08/2007 - 09h35m - Atualizado em 17/08/2007 - 14h17m

Cão-guia vira amuleto de judoca

Companheiro de Ana Luiza Farias, Cauã faz sucesso nas arquibancadas do Riocentro

Simone Evangelista

Do GLOBOESPORTE.COM, no Rio de Janeiro



A atleta paraolímpica Ana Luiza Farias brilhou em seu primeiros Jogos Parapan-Americanos. Medalha de bronze na categoria até 48kg, a judoca tem um amuleto, seu cão-guia Cauã, de três anos.

- Ele me dá sorte, tem me ajudado bastante. Desde que ele está comigo, eu fui vice-campeã brasileira e campeã mundial por equipes. Do meu lado, ele não sai mais - brinca ela, que mora com Cauã há um ano e meio.


















O simpático labrador fez sucesso nas arquibancadas do pavilhão 4A do Riocentro. Ana Luiza conta que as crianças adoram o cachorro, que aceita os carinhos de todos com o maior prazer.

- Todo mundo vem me perguntar sobre ele. O Cauã é muito calmo, não estranha ninguém, foi treinado para isso - explica a atleta paraolímpica.





Ana Luiza, uma atleta completa




Quem vê Ana Luiza como um destaque no judô não imagina que este não é o primeiro esporte da atleta. A carioca dá aulas de ginástica artística e, além disso competiu no atletismo antes de ser judoca.


- Esta é uma caractetística de muitos deficientes visuais. O esporte ajuda a gente a se integrar, e, por isso, gostamos de praticar muitos esportes.




http://pan2007.globo.com/PAN/Noticias/0,,MUL89524-9333,00-CAOGUIA+VIRA+AMULETO+DE+JUDOCA.html








Brasil


18/06/2007 - 10h11m - Atualizado em 18/06/2007 - 10h14m Agência Estado


CEGO É OBRIGADO A PAGAR PASSAGEM PARA CÃO-GUIA EM SP



O radialista Clóvis Alberto Pereira tem 31 anos e, há seis meses, ganhou um companheiro inseparável: o labrador Simon, seu cão-guia. Paciente e concentrado, o animal foi escolhido especialmente para Pereira, que tem cegueira de nascença e é palestrante em eventos sobre acessibilidade e tecnologia. Desde que viraram uma dupla, Simon e seu dono já viajaram, de avião e ônibus, pelo Sudeste, Nordeste e Norte do Brasil, além de Argentina e Uruguai.

Mesmo acostumados a chamar a atenção, eles foram surpreendidos, no dia 5, ao comprar uma passagem de ônibus para o dia seguinte até Taquaritinga, cidade a 435 km da capital paulista, no Terminal Rodoviário do Tietê, na zona norte da cidade. Pereira informou que o cão-guia o acompanharia, e recebeu, da Empresa Cruz de Transportes Ltda., a informação de que isso só aconteceria mediante o pagamento de uma segunda passagem para o cão.

De acordo com a lei federal 11.126, de 2005, os deficientes visuais têm direito de "ingressar e permanecer com o animal nos veículos e nos estabelecimentos públicos e privados de uso coletivo". O texto também afirma que "qualquer tentativa voltada a impedir ou dificultar" esse acesso constitui ato de discriminação. "Apresentei a lei para eles e disseram que eu devia ser flexível", afirma Pereira, que precisou gastar mais R$ 105 pela passagem de ida e volta de Simon.

Sérgio Antonio Mendonça, da empresa Cruz, afirma que Pereira foi o primeiro passageiro acompanhado de cão-guia que a empresa atendeu, e que a compra foi feita à noite, quando a administração da empresa, concentrada em Araraquara, no Interior, estava fechada. Sem saber como proceder, o bilheteiro procurou o supervisor da garagem. Como a empresa atua apenas dentro do Estado, o encarregado se baseou na lei estadual 10.784, de 2001, que prevê normas para cães-guia, mas nunca chegou a ser regulamentada. No dia seguinte, a empresa analisou o caso e ofereceu, antes do embarque de Pereira, o reembolso do valor da passagem canina. As informações são do Jornal da Tarde.



http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,AA1566366-5598,00-CEGO+E+OBRIGADO+A+PAGAR+PASSAGEM+PARA+CAOGUIA+EM+SP.html





31/01/2011 - 20h13

Shopping é condenado por barrar entrada de cego e cão-guia


ANDRÉ MONTEIRO

DE SÃO PAULO


Atualizado em 01/02/2011 às 14h39.


A Justiça do Rio Grande do Sul manteve a condenação que obrigou o shopping Iguatemi de Caxias do Sul (128 km de Porto Alegre) a pagar indenização de R$ 12.450 a um cego que foi impedido de entrar no estabelecimento com seu cão-guia.

O caso ocorreu em setembro de 2004. O autor da ação, Rogério Trucolo, afirma ter ido com a família e seu cão-guia de Bento Gonçalves até Caxias do Sul para lanchar no shopping, mas seguranças o impediram sob a alegação de que o animal era proibido no local.

Ele diz ter apresentado a lei estadual 11.739/2002, que autoriza a locomoção de deficientes visuais em qualquer estabelecimento comercial acompanhados de cães-guia, mas os seguranças se recusaram a chamar a administração do shopping para resolver a questão.

Em seguida, Trucolo foi até uma delegacia para registrar a ocorrência, mas conta que o inspetor de plantão se recusou a fazer o registro. Após apresentar a lei, ele afirma que o inspetor ligou para o shopping, que acabou por autorizar a entrada do cão-guia.

Na ação, ele afirma que não havia "mais clima para o passeio, e por estar avançada a hora, não retornou ao local".

Em sua defesa, o Iguatemi afirma que o cliente entrou no shopping com sua família e o seu cão-guia sem qualquer restrição. Segundo o shopping, foi solicitado apenas que o animal permanecesse fora da praça de alimentação, por questões de higiene.

Além disso, afirmou que foi oferecido o acompanhamento de uma funcionária durante o período em que o cliente permanecesse na praça de alimentação, mas ele "escandalizou-se, dizendo que não permaneceria no local sem o cão".

A juíza Dulce Ana Gomes Oppitz condenou o shopping a pagar a indenização por danos morais em de junho de 2008. O shopping recorreu, mas a 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça manteve a condenação na quinta-feira (27). A decisão foi divulgada hoje.

Para o desembargador Artur Arnildo Ludwig, independentemente de o autor ter sido barrado na entrada do shopping ou somente impedido de ingressar na praça de alimentação, houve infração à lei estadual.

"Considerando a evidente afronta do estabelecimento comercial aos ditames de lei estadual ao obstaculizar o ingresso do autor, deficiente visual, nas dependências do shopping, juntamente com o seu cão-guia, abordando-o de maneira a chamar a atenção dos demais transeuntes, resta configurado o ato ilícito e, por conseguinte, o dever de indenizar", afirmou.


OUTRO LADO


Em nota, o Iguatemi informou que "não impede a entrada de cães-guia nas dependências do shopping" e que o pedido "para que o cão-guia não entrasse nas dependências da praça de alimentação foi feito respeitando o decreto estadual 2.430/1974, que impedia a entrada de animais em locais que comercializassem alimentos".

"A conduta do Iguatemi é permitir a entrada de cães-guia e também de cães de pequeno porte no colo. A sentença não é definitiva e cabe recurso. O shopping recorrerá".


http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/868670-shopping-e-condenado-por-barrar-entrada-de-cego-e-cao-guia.shtml

Um Grande Amor (Jairo)